Um dia especial, requer preparativos especiais. Esta iniciativa obrigou-nos a um planeamento diferente, sendo que a nossa principal preocupação centrou-se na acessibilidade ao Museu que está instalado num edifício do Séc. XVI, onde estas questões não são fáceis de resolver. No entanto, com criatividade e boa-vontade tudo se resolveu.
Depois de alguns estudos e de algumas ideias falhadas, os técnicos do Museu encontraram uma solução, que apesar de provisória, afirma-se como competente e sustentável, sem comprometer a pré-existência.
Tudo pronto para receber os convidados especiais.
Às 10h15 chega o grupo de pessoas com visão reduzida e cegos, orientados pela Dra Sandra Colaço, responsável pelo Gabinete de Apoio à Deficiência Visual. Foram recebidos pela Sofia Máximo, técnica do Museu, coordenadora desta actividade, cujo tema centrou-se nas Guerras Peninsulares, exposição permanente deste Museu.
Depois do enquadramento histórico, passaram à actividade “mochila do soldado”, que ajudou a entender o quotidiano militar oitocentista. Para além de alguns estímulos visuais provocados por cores mais fortes ou brilhos, aqui o sentido explorado foi mesmo o tacto.
O Objectivo seria captar as formas para mais tarde poderem desenhá-las. Assim foi..
Aqui ficam alguns registos do grupo de manhã, que respondeu de forma incrível ao desafio lançado.
Às 14h30 chegou o grupo da APECI (Associação para o Ensino de Crianças Inadaptadas), cheios de alegria e curiosidade sobre os desafios que iriam encontrar. A 1ª aventura, foi a estreia da rampa de acesso ao Museu. No claustro, o silêncio ritmado pelo cair da água da fonte, deu lugar aos risos. Chegaram e trouxeram a alegria.
A Sofia proporcionou-lhes a visita guiada. Para alguns foi o primeiro contacto com o Museu, outros já cá tinham estado e conheciam a história das Linhas de Torres. Meio a sério, meio a brincar, a mensagem chegou ao destinatário.
Mocinha do Soldado, passou a chamar-se mochila da alegria. Após uma divertida apresentação dos objectos pertencentes ao soldado, passámos ao vestuário e para isso necessitávamos de um modelo. O Renato assumiu o seu papel de militar e deu o “corpo às balas”. Sou eu, terminando com uma gargalhada contagiante que ainda consigo ouvir. Durante a árdua tarefa de vestir uma vestimenta tão complicada, Renato e Fernando trocaram olhares e sorrisos cúmplices que só os verdadeiros amigos o fazem.
O Museu foi aberto e nunca mais será fechado, por isso façam como “nós”, venham, visitem e experimentem coisas novas.
Obrigado aos profissionais e voluntários, familiares ou amigos, todos aqueles que dedicam a vida a pessoas com deficiência.
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