segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Caminhada cultural

23 de setembro foi dia de caminhada cultural, em torno das memórias da água e do vinho, no âmbito das Jornadas Europeias do Património. O Encontro aconteceu no Museu Leonel Trindade. Dali seguimos para uma caminhada inesquecível. A primeira paragem foi o edifício onde outrora funcionaram os armazéns Abel Pereira da Fonseca. Chegamos ao Instituto da Vinha e do Vinho, deixando a Estação do Caminho de Ferro para trás. No IVV fomos recebidos pelo Engenheiro Pedro Belchior, que partilhou com o grupo o seu conhecimento sobre este instituto. Seguimos novamente caminho, passando pelo Aqueduto. A partir daqui o caminho foi feito junto ao rio Sizandro, rumo à antiga Estância Termal dos Cucos. Seguidamente, fizemos o antigo caminho que ligava as Termas até à Quinta da Macheia, cujo proprietário era o mesmo: Dias Neiva. O Caminho é ladeado por um muro de pedra arrumada à mão, mas com um acabamento que traduz a riqueza desta família e desta propriedade. Chegados à Quinta da Macheia, deparamo-nos com o óbvio - a ruína toma conta de um conjunto edificado com valor patrimonial que justificava um melhor tratamento. Infelizmente a conservação de património cultural (privado) não se faz por Decreto. Voltámos ao caminho, passando pelo apeadeiro da Macheia, uma peça arquitectónica surpreendentemente bem desenhada e construída, tendo como objetivo servir a família Dias Neiva.
Mais uns passos (muitos), chegámos à Quinta da Portucheira, onde fomos muito bem recebidos pela família Galatinho, que para além de nos dar a conhecer os seus vinhos, teve a generosidade de nos mostrar o património edificado, composto por várias casas, adegas, armazéns e capela, que retratam a evolução da Quinta e da família. Aqui encontrámos o oposto da Macheia - a terra cultivada, as casas habitadas, património conservado, património com vida. Temos um passado, mas temos sobretudo o futuro, alicerçado num presente sustentável.
Regressámos à cidade, tendo oportunidade de passar pelas Azenhas da Boiaca e do Cabaço. A última paragem foi o Chafariz dos Canos.
Mais uma excelente organização do ATV, da Associação de Defesa do Património, Museu Leonel Trindade, Câmara Municipal de Torres Vedras e Forum Associações.
Parabéns.





2 comentários:

  1. Muito interessante esse percurso, com o contraste entre as ruínas que assolam o nosso país, e o património conservado.

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Nota Biográfica

André Duarte Baptista, arquiteto, nasce em 1980 na cidade de Torres Vedras, onde reside e trabalha. Em 2013, obtém o grau mestre em arqui...