quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Finalmente Férias


O sol hoje espreitou, vamos aproveitar...
 
10h Azenhas do Mar. O tempo ainda está fresco, mas o sol começa a vencer. A praia está quase deserta. A piscina "natural" quase vazia. Já não me lembrava como a praia era pequena.
 
 
 
 
 
 
 





 
 
 
 
Depois do pessoal se instalar na praia, subo à descoberta. Aproveito que o sol ainda não incomoda muito. Preciso de uma água. Recordo-me de ter visto uma placa: A "Prancha" - é um bar de madeira, com meia dúzia de mesas na esplanada. Empregados simpáticos, boa sombra e boas vistas. Só se houve inglês, francês e espanhol.
Lá ao fundo vejo a Vivenda Violante (enorme e bem conservada). Eis que sai o 1º desenho
 
 
Ganho coragem e faço-me ao caminho. Perco-me pelo casario da encosta a sul, próximo da capela, que está enfeitada para a procissão que sai ainda hoje. Daqui tem-se uma vista privilegiada sob a praia e a arriba cheia de casas encavalitadas umas nas outras, como que a disputar o lugar mais próximo do precipício. A paisagem é pitoresca , mas já começa a ser descaracterizada com intervenções que não lembram ao diabo.  Desço e volto à esplanada da "Prancha". Preciso de café. Faço um novo desenho. Cai uma gota de café na folha, que abriu caminho ao disparate, como se vê no desenho.  
 
 
Azenhas do mar é conhecida pelas suas casas brancas, mas também é conhecida por ser a terra que o arq. Raul Lino (1879-1974),  escolheu para passar férias. Antes de chegarmos ao Lugar, à beira da estrada avistámos aquela que terá sido a sua casa de férias, que o próprio desenhou e construiu (1920). Casa Branca ou Casa do Marco. Com essa imagem na cabeça, subo a zona norte e faço o percurso pedonal rente à arriba. Lá em baixo o mar agitado. A paisagem é estupenda. Depois de passar por várias casas, começo a vislumbrar a casa de Raul Lino, que apesar de centenária (quase), mantém-se muito bem conservada. É considerada o "modelo" da casa popular.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A casa está habitada, no entanto o percurso pedonal passa mesmo em frente à porta. É impressionante a vista sob o mar e a proximidade ao precipício. Junto à casa e para atestar que a propriedade ia quase até ao limite da arriba, ainda encontramos um marco de divisão de extrema com as iniciais RL (Raúl Lino). Rapidamente ganhou outro uso - banco. Sentei-me a contemplar a harmonia entre casa, muros, vegetação e mar. as gaivotas passam mesmo ao meu lado. Lá em baixo o barulho do mar a bater nas rochas. Enquanto fiz o desenho, passaram vários turistas a tirar fotografias. Quem ali passa férias (penso que ainda é da família), não tem muita privacidade. É o preço da glória dos antepassados.
 
 
 
 
O Desenho foi feito em folha solta 220gr,  oferta da Winsor & Newton. No final, quando acabei, tinha uma família de ingleses atrás de mim, muito caladinhos. Dirigiram-se e perguntaram se estava à venda.. Eu pensei que fosse a casa.. disse-lhes que não, explicando a história da dita...Eles riram-se.. Eu pensei " o meu inglês é mão, mas não tanto"... Até que disseram - Queremos comprar o desenho... Aí fui eu que ri que nem um perdido... tenham juízo... 
 
 
 
 
 

6 comentários:

  1. História fenomenal. Estes teus desenhos com mancha são incríveis. É muito natural que comeces a receber mais propostas de compra.

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  2. História fenomenal. Estes teus desenhos com mancha são incríveis. É muito natural que comeces a receber mais propostas de compra.

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  3. Boa reportagem e desenhos maravilhosos. Tenho de revisitar as Azenhas dp Mar!

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  4. Gostei muito de ler a reportagem e ver as fotografias e os desenhos. Fez-me ter saudades das Azenhas e fez-me ficar com vontade de lá voltar. Boas férias! E ...porque não vender o desenho? Se gostaram tanto... era uma bonita recordação das férias deles!

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Nota Biográfica

André Duarte Baptista, arquiteto, nasce em 1980 na cidade de Torres Vedras, onde reside e trabalha. Em 2013, obtém o grau mestre em arqui...