sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

O COVID mata, mas as casas também

 32m2, 4 janelas, 2 portas, 2 quartos, 1 sala, 1 cozinha e 1 espécie de WC. Nesta casa vivem 5 pessoas. E como esta, há muitas por esse país fora.



O COVID mata, mas as casas também

abrigo, habitat, lar, casa, e agora, o nosso Mundo, o mundo de muitas famílias. Todos os dias ouvimos pessoas a queixarem-se do sinal da internet, outros tantos do ruído que os filhos fazem, e outros de não terem um computador para cada elemento do agregado familiar. Tomara nós que fosse este o nível dos constrangimentos habitacionais. 


Enquanto isso, em Portugal, pelo menos 26.000 famílias vivem em condições indignas. A antiguidade do tecido edificado, aliada à fraca  qualidade construtiva verificada nas últimas décadas, conduziram a um cenário de sobrelotação, insalubridade e pobreza energética. E já agora, a falta de qualidade de muitos projectos, onde muitas vezes se valoriza mais a forma do que o conteúdo. Para agravar a situação, também somos os campeões do salários baixos, não havendo dinheiro para "coisas fúteis" como isolamento térmico ou aquecimento central.

Assim, somos hoje um dos países da UE onde os habitantes mais sofrem com o frio,  humidade e bolor no interior das habitações, o ecossistema perfeito para agravar ou "germinar" doenças. Se há uns anos atrás já era difícil permanecer no interior destas casas, imagine-se agora, que são habitadas 24h/dia.
          
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Nota Biográfica

André Duarte Baptista, arquiteto, nasce em 1980 na cidade de Torres Vedras, onde reside e trabalha. Em 2013, obtém o grau mestre em arqui...