terça-feira, 15 de agosto de 2017

dia do saloio antecipado

o dia do saloio é hoje, dia 15, mas foi vivido ontem

Saímos de casa com destino à Praia das Maçãs. Seguimos rumo a Mafra, fugindo das autoestradas e das  vias-rápidas. Queríamos mostrar à pequenada algumas das aldeias típicas da região saloia, explicar-lhes como viviam e qual o significado da palavra saloio, longe dos preconceitos e das barbaridades que lhes vão "ensinando".

Apesar de se encontrar na zona limite e de alguns iluminados tentarem "apagar esse facto histórico", Torres vedras também se encontra na zona saloia, assim como Alenquer, Amadora, Arruda dos Vinhos, Cadaval, Loures, Mafra, Odivelas, Sintra e Sobral de Monte Agraço. A região saloia, era no fundo a região que alimentava Lisboa, desde os víveres, ao pão. Era sobretudo o pão, a principal fonte de rendimento desta região. Foi esta produção que marcou a paisagem rural, através da construção de azenhas e de moinhos, visíveis ainda hoje.

 Os homens dedicavam-se sobretudo ao campo (camponeses), já as mulheres trabalhavam de dia e noite, com a lida da casa, a cuidar dos filhos, a ajudar os maridos no campo e como se não bastasse, ainda lavavam a roupa das "senhoritas de Lisboa". 

Desses tempos, restam-nos os moinhos, a maioria em ruína e algumas casas típicas. Já me esquecia, o belo e saboroso pão saloio...  Muitas aldeias chegaram a ficar sem qualquer habitante, como a aldeia de Broas ou a Aldeia da Mata Pequena (Mafra). Esta última ganhou uma nova vida ao ser adquirida (quase na totalidade) por um jovem casal, tornando este espaço num aldeamento turístico, aberto ao público, mantendo o espírito de uma aldeia: rua pública, cães, gatos, galinhas, porco, patos..etc...

A paisagem é de postal e eu não resisti a fazer 2. Confesso que não é o tipo de desenho que aprecie, mas deu-me enorme prazer a fazer estes dois desenhos. Pelo tempo que demorei, pela companhia, pelas conversas que ouvi, pelo som dos animais, mas sobretudo pelo silêncio e pela paz que ali sentimos.




Dali seguimos para a Praia das Maçãs, deixando pelo meio Cheleiros.

Na Praia das Maçãs, o tempo estava nublado. Nada que nos assuste, ou não estivéssemos habituados a Santa Cruz.

Assim que o sol começa a mostrar o ar de sua graça, vou para a esplanada onde faço esta espécie de desenho.


15h Apanhámos o eléctrico até Sintra.

Já me tinha esquecido como o percurso é bonito. Na ida e na volta, para além da beleza da paisagem, o que mais me marcou foi a quantidade de casas abandonadas e em estado de ruína. Casas de veraneio, iguais a outras tantas que vão-se repetindo pela costa, mas que as árvores desta zona as tornam únicas.

Sintra estava como Lisboa e Porto, cheia de turistas. 
No eléctrico não deu para desenhar, mas em Sintra, apesar do cansaço ainda houve tempo para um rabisco rápido.






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Nota Biográfica

André Duarte Baptista, arquiteto, nasce em 1980 na cidade de Torres Vedras, onde reside e trabalha. Em 2013, obtém o grau mestre em arqui...