quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Regresso a Paraty - 21 julho 2015

Voltei a Paraty, a convite do Lauro Monteiro e Ricardo Inke para orientar um Workshop de desenho em diário gráfico.
 
 
 
Depois de desenhar a dupla página, como exemplo para o exercício do dia seguinte, saí com o Lauro, Artur e Marta, rumo à Praia da Trindade. A meio caminho parámos para almoçar na roça, no Rancho da Titia. Comida caseira cozinhada no forno de lenha.
 
 
Depois do almoço o céu fica negro, ameaçando tempestade tropical. Desistimos da Praia da Trindade e entrámos na mata rumo à Vila Volta, uma "sítio" de 200 hectares, implantado entre duas montanhas, onde fomos recebidos pelos proprietários
 
 
Um local paradisíaco, a voltar.....
 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sábado, 12 de setembro de 2015

uns dias em Tavira I


Caderno artesanal formato A6
caneta preta waterproof .5 stapless
aguarela
 
 



Antigo bairro dos pescadores - praia do barril
 

na estrada de acesso às Pedras Del Rei, encontrei um conjunto de casas abandonadas que continham uma antiga nora, um engenho que vim a encontrar noutros locais em torno de Tavira.


momentos de descontração em família


quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Convento de Varatojo - uma aproximação

Uma manhã de domingo solitária, com sol e desenhos em Varatojo - Torres Vedras

Saio de carro e apanho a EN 9, que me leva todos os dias até Torres Vedras. Aos poucos o monte de Varatojo (a poente do castelo de Torres Vedras), começa a impor-se no horizonte, reclamando a nossa atenção e eis que vislumbramos o Convento de São Francisco de Varatojo, implantado num socalco a meia altura da vertente noroeste do monte. O corpo branco destaca-se a longa distância, no meio da mata que o rodeia e que parece fazer a transição entre o meio urbano e meio rural. 
Um pouco mais à frente, corto à direita, rumo a Varatojo. A estrada é estreita e serpenteia no meio de muros, pomares e vinhedos, onde perdemos de vista o edifício religioso. Uns metros à frente, reencontro-me com a fachada norte do convento, que se apresenta de forma austera, depurada de elementos decorativos. A monotonia é interrompida, apenas, pelas fenestrações que permitem a iluminação e arejamento dos aposentos dos monges. A sua dimensão leva-me a refletir sobre a dimensão do edifício, dos cantos e recantos que deve conter e histórias por contar... Deste ponto de vista, o edifício parece levitar sob as videiras cuja folhagem ainda se apresenta num verde bem "fresco e luminoso". Era inevitável, tive de parar e desenhar. As cores nunca saem como eu quero, mas as linhas respeitaram a minha vontade: registar o essencial.

Subo mais um pouco e encontro o Largo na zona sul do edifício, onde estaciono. É assumidamente um espaço de transição e mediação entre o convento e o Lugar - Varatojo. Ao nível morfológico, existe uma alteração brusca, relativamente à zona norte que tinha deixado para trás, fruto da vertente com acentuada inclinação. A norte, uma grande massa construída que se afirma na paisagem, com 3 pisos de altura. A sul, uma estrutura totalmente distinta, "agarrando-se" ao terreno e à envolvente, com uma arquitetura mais complexa e com elementos decorativos, reveladora das transformações sofridas ao longo dos séculos. Ainda associado à morfologia do terreno, aqui os edifícios encontram-se semi-enterrados. A Cruz denuncia a localização da Igreja, mesmo ao meu lado direito. Andtes de sair do carro deparei-me com uma perspetiva interessante de registar. Quando desenho o património, tento que esse exercício não se limite à tentativa de representação de elementos esteticamente interessantes, procuro sobretudo explorar aspectos menos conhecidos, pormenores, estado de conservação ou cicatrizes relevadoras da sua história. Acabo por fazer o desenho anterior, vendo parte da igreja e as coberturas das capelas laterais. Não me recordo de todos, mas penso que a 1ª é a de Nª Srª das Dores (1ª metade do séc. XVIII).
Desço as escadas e reencontro o "irmão porteiro" com uma idade bastante avançada, com uma grande dificuldade em andar, mas nesta casa não pressas. Sorriu, reconhecendo-me e disse-me desenhe à vontade, a casa é sua.... 

No interior optei por não desenhar o claustro. Numa sociedade onde o ruído bateu todos os recordes, seja ele sonoro ou visual. encontrar um espaço destes é como entrar num túnel do tempo (um túnel bem isolado :-) ) Decidi enfrentar um "velho amigo". desta vez ganhei coragem e desenhei o pórtico manuelino, do séc. XVI, fruto do investimento régio de D. Manuel, a par dos pórticos das igrejas do centro histórico (S. Pedro e S. Tiago) e o pórtico do castelo. Este pórtico assinalava a Capela - Jazigo dos Alcaides-Mores da vila. É uma peça bastante complexa e difícil de "vergar", mas aos poucos...

Para além de dar a conhecer este belo edifício, esta publicação serve para vos convidar a juntarem-se a nó no próximo dia 12 de Setembro para desenhar o Convento de Varatojo. Fiquem descansados, é bem mais bonito do que aquilo que eu desenhei....

Publicação em destaque

Nota Biográfica

André Duarte Baptista, arquiteto, nasce em 1980 na cidade de Torres Vedras, onde reside e trabalha. Em 2013, obtém o grau mestre em arqui...