terça-feira, 14 de outubro de 2014

Arte na Vinha - Adegamãe - Torres Vedras

4 de Outubro

ADEGAMÃE_Fernandinho_Torres Vedras
Workshop - Diário Gráfico
Antes de mais, agradeço à organização do Desenhando por aí, pelo convite para orientar o workshop de diário gráfico, onde tive o privilégio de conhecer ou reencontrar alguns amantes do risco.
Em segundo lugar, agradeço aos participantes, a escolha e o interesse pelo diário gráfico, que apesar de ser um tema que parece "estar na moda", já tem muitos séculos de história. Vitrúvio, Leonardo da Vinci, Francisco De Hollanda, Eugène Delacroix, John Ruskin, Le Corbusier, Eduardo Salavisa, Ana Luísa Frazão, Enrico Caruso ou Gabi Campanário... Cada um com o seu registo, cada um com o seu conceito, construíram os alicerces daquilo que hoje denominamos de Diário Gráfico.
"Laboratório portátil" (Salavisa), "Caderno de procura paciente" (Le Corbusier), são algumas das designações geralmente atribuídas a este vosso novo parceiro, que deve acompanhar todos aqueles que sintam necessidade de testar a sua criatividade, ou simplesmente de registar o mundo que o rodeia, o seu quotidiano. O conselho, que vos dou é este: usem, se vos der prazer ou se vos for útil e não por ser uma "pseudo-moda". Quanto a vocês, estou descansado porque a vossa vontade não deixa qualquer dúvida.
Sobre desenho, dos autores supramencionados, gostaria de destacar o ensinamento de Ruskin (séc XIX), historiador, arquitecto, critico de arte e filósofo do Romantismo Inglês.
-para desenhar, não é preciso Dom ou Jeito, mas sim vontade e muito trabalho
- desenhar obriga a observar, contemplar, entender, interpretar o espaço que nos rodeia e só depois representa-lo.
O que mais me agradou neste workshop, foi a vossa vontade de entender o conceito, para que servia e como começar. Isso, para mim, aliado à vontade de trabalhar para se superarem, foi e será sempre muito mais importante que o "rigor" do desenho.
Pintores, escultores ou simples curiosos, devem começar com os registos que mais  se identificarem.  Aguarela, carvão, canetas de feltro, canetas de tinta permanente, BIC, lápis de cera, tinta da china....o que quiserem, desde que COMECEM, PRATIQUEM e PRATIQUEM...
Não vos vou falar de marcas de materiais. Além de ser muito democrático (e contido nos custos) em relação a isso, não sou patrocinado por qualquer marca. Julgo que devem testar, testar, testar e se calhar nesta fase inicial, para não fazerem muitas contas às despesas, comecem com material barato, até para vos estimular a experimentar vários materiais/técnicas.
Existem muitos autores, milhares de blogues, milhões de páginas nas redes sociais, no entanto, gostaria que visem os seguintes autores:
http://anagfrazao.blogspot.pt - Ana Luisa Frazao 
Vicente Sardinha - Facebook
António Procópio - Facebook 
São estilos completamente distintos, registos díspares resultantes de técnicas, umas mais elaboradas que outras, mas fruto de um processo de trabalho, trabalho e trabalho. Preferi dar-vos nomes portugueses e com os quais poderão trocar mensagens/ideias. 
Quanto a mim, se tiverem dúvidas, façam-nas chegar. Se quiserem, enviem-me os desenhos e eu farei um comentário a cada um, sugerindo possíveis alterações.

Aqui ficam os meus desenhos do dia, que fiz no percurso entre casa e adegamãe. Os 2 últimos tive de os fazer na 2ª feira após o workshop. Utilizei um caderno desdobrável e a caneta da ADEGAMÃE.

Até uma próxima oportunidade.
Abraço e obrigado

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Nota Biográfica

André Duarte Baptista, arquiteto, nasce em 1980 na cidade de Torres Vedras, onde reside e trabalha. Em 2013, obtém o grau mestre em arqui...