domingo, 25 de junho de 2017

Porto_ dia IV

dia 18 de junho
 
último dia no Porto
 
Álvaro Siza Vieira comemora hoje 84 anos (dia 25 de junho), mas decidi homenageá-lo há uma semana, no meu último dia no Porto.
 
Saímos cedo, desta vez de automóvel, rumo a Leça da Palmeira, mas pelo caminho um pequeno desvio - uma visita ao Bairro da Bouça. Este bairro social foi construído no âmbito do SAAL, em 1976. Domingo, 10h a maioria das pessoas encontra-se a dormir. Cá fora no grande relvado (qual condomínio de luxo), crianças jogam à bola riem-se para mim a desenhar. Devem ter pensado "mais um..."
 
40 anos despois a obra revela, em cada recanto, a sua contemporaneidade..
 
 
 
Agora sim, rumo a Leça da Palmeira, onde encontrámos a obra-prima de Siza - a Casa de Chá da Boa Nova, inaugurada em 1963. O projecto começou a ser desenhado em 1957, sim há precisamente 60 anos, quando Siza ainda era aluno e colaborador de outro grande mestre, o arq. Fernando Távora.
 
O edifício encontra-se implantado mesmo em cima das rochas, junto ao mar. A chegada é feita por percursos cuidadosamente desenhados pelo mestre, "obrigando-nos" a explorar e a desfrutar das vistas sob o edifício e sob a paisagem. A arquitectura em plena harmonia com o lugar.  Muito havia por escrever e por desenhar, mas a admiração que tenho pela obra não me deixa ser isento. Deixo-vos alguns desenhos.
 
Parece que o Restaurante é explorado pelo Cheff Rui Paula, mas estava fechado, sim aos domingos encontra-se encerrado. Dá para acreditar?
 
A 2ª paragem em Matosinhos, foi no local onde se encontram as piscinas das marés, outra obra de Siza Vieira, também ela construída nos anos 60. Mais uma obra incrível, muito difícil de descrever e ainda mais difícil de desenhar - o sol também não ajudou. Assim fica uma desculpa para voltar... Até porque Matosinhos é um museu a céu aberto, repleto de obras do mestre.
 
 
 
Antes de regressamos (não foi fácil arrastar-me dali), ainda houve tempo para uma visita à Capela da Boa-Nova, ali mesmo ao lado do Salão de Chá, assente nas rochas.
 
 
 
Rumo a casa, mas antes uma despedida do Porto, como que a agradecer os excelentes 4 dias que ali passámos. Paragem - Jardins do Palácio de Cristal. Cá fora uma espécie de feira do petisco - tascas ambulantes, carrinhas personalizadas de venda de sandwich, as mais criativas que já vi. O palácio encontra-se em processo de ruína. Os jardins ainda têm vida, algo alternativa, vida. O miradouro oferece-nos uma panorâmica incrível sob a cidade, e claro o Douro. A harmonia só é quebrada pelas gruas que florescem como cogumelos na cidade do Porto, mas é bom sina. é sinal que a cidade está a regenerar-se a preparar-se para um novo futuro - pelo que vi, só pode ser bom. Até breve Porto

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Nota Biográfica

André Duarte Baptista, arquiteto, nasce em 1980 na cidade de Torres Vedras, onde reside e trabalha. Em 2013, obtém o grau mestre em arqui...